Terça-feira, 31 de Outubro de 2006
Bissau, Guiné-Bissau (PANA) O Presidente bissau-guineense, João
Bernardo Nino Vieira, declarou segunda-feira ser urgente a entrada
em vigor do Acordo Ortográfico da língua portuguesa para permitir a
projecção internacional da lusofonia.
Para Nino Vieira, que falava no encerramento da sexta cimeira da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), um dos maiores
desafios desta organização comunitária reside na promoção e
divulgação do seu idioma comum pelo mundo.
"O português não é ainda de projecção internacional à medida da
sua expressão popular, visto que as organizações internacionais
não o têm como língua de trabalho", deplorou.
Para preencher esta lacuna, defendeu, urge fazer vigorar o Acordo
Ortográfico da língua assinado há 14 anos em Lisboa, em Portugal,
mas cuja vigência continua dependente do cumprimento dos
requisitos constitucionais exigíveis por alguns Estados
signatários.
O Acordo, assinado por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, visa, entre outros
objectivos, criar normas ortográficas comuns para as diferentes
variantes da língua portuguesa, e facilitar a difusão
bibliográfica e de novas tecnologias, reduzindo o custo
económico e financeiro da produção de livros e documentos.
Permite ainda aprofundar a cooperação entre as nações que falam o
português, aumentando o fluxo de livros e publicações em todas
as áreas, além de favorecer a produção de materiais para a
educação à distância.
Fruto de um trabalho desenvolvido pela Academia Brasileira de
Letras e pela Academia de Ciências de Lisboa, Portugal, desde a
década de 1980, o documento assinado em 1990 leva em consideração
a evolução da língua e faz adaptações para admitir, em alguns
casos, a dupla grafia e, em outros fazer reformulações.
Por exemplo, o seu alfabeto que possuía 23 letras passa a
constituir-se de 26 letras, com a inclusão de k, w, y, que seriam
usadas em casos especiais.
Bissau - 18/07/2006