Domingo, 4 de Setembro de 2005
O acordo ortográfico estabelece na sua Base I regras para nomes hebraicos da tradição bíblica terminados em ch, ph e th, como Baruch, Loth, Moloch e Ziph. Diz o acordo que os dígrafos finais destes nomes - ch, ph e th - podem conservar-se ou simplificar-se: Baruc, Lot, Moloc, Zif. Como resultado temos mais algumas grafias alternativas. Pode, no entanto, perguntar-se se se justifica a manutenção duma grafia como Ziph. Será que alguém ainda a usa?
Recorde-se que dígrafo é um conjunto de duas letras que representam um único som.
Diz mais o acordo que, se qualquer um destes dígrafos em formas do mesmo tipo é invariavelmente mudo, elimina-se: José, Nazaré, em vez de Joseph, Nazareth; e, se algum deles, por força do uso, permite adaptação, substitui-se, recebendo uma adição vocálica: Judite, em vez de Judith. O comentário que apetece fazer é que esta regra parece desnecessária, pois há muitos, muitos anos escrevemos José, Nazaré e Judite. Já quase se perdeu a noção de estes nomes provirem da Bíblia.
Com este artigo termina a análise da Base I do acordo ortográfico. Vejamos os seus pontos mais importantes:
-Constituição do alfabeto português
-Casos em que se usam as letras K, W e Y
-Regras para a formação de vocábulos derivados de nomes próprios estrangeiros
-Regras referentes a nomes bíblicos
-Recomendações quanto ao aportuguesamento de nomes de topónimos (nomes de locais) estrangeiros.
Autor do artigo: João Manuel Maia Alves